festa!! Zedu e Rato

Meus amigos, 
Eu e meu irmão gêmeo Zedu faremos uma festa para comemorar nossos 80 anos de vida!
Nosso aniversário é no dia 19 de fevereiro (um sábado).
Resolvemos fazer uma festa em Marília-SP que é onde crescemos e onde ainda moram vários de vocês.
Alugamos uma chácara e estaremos por lá de sexta dia 18 até domingo 20 de fevereiro/2011.
Teremos piscina, churrasco, cerveja, violões...
Sei que muitos de vocês não moram em Marília (ou não moram mais em Marília) mas talvez consigam se programar para ir até lá. O Zedu, por exemplo, virá de Amsterdam!
Quem quiser ir, me avise que a gente dá um jeito quanto à estadia e viagem.
Meu telefone é: (24) 8127-2011.
Tudo de bom para todos nós e feliz 2011!
Beijos,
Rato

Fé e Paixão

Meu amigo Valdir,
pra quem gosta de música como eu, até escrever sobre música é um prazer.
Já ouviu "Paixão e Fé", de Tavinho Moura e Fernando Brant, cantada por Milton Nascimento?
Vou lhe descrever:
Um início com bandolim, que remete à música portuguesa, origem de nossa história (história nossa, do Brasil, e da música brasileira).
Bandolim tocado de forma rebuscada e bela por Beto Guedes.
O disco é "Clube da Esquina 2" - 1978.
Logo depois, ainda na introdução, Milton e um coro de crianças fazem fundo para a melodia tocada no bandolim, como se fossem violoncelos de vozes jovens.
A introdução é interrompida por um início de música magistral com a voz do Milton e um baixo cantando juntos a linha harmônica mais bela que eu já ouvi, com o bandolim fazendo um contra-ponto sublime que realça ainda mais a beleza da harmonia. A letra diz:

"Já bate o sino, bate na catedral
E o som penetra todos os portais
A igreja está chamando os seus fiéis
Para rezar por seu Senhor
Para cantar a ressurreição


repete-se a linha harmônica:


"E sai o povo pelas ruas a cobrir
De areia e flores as pedras do chão..."

Nessa altura da canção visualizamos claramente as ruas e casas e igrejas de minas gerais. Aquela tranquilidade velha.

"Nas varandas vejo as moças e os lençóis
Enquanto passa a procissão
Louvando as coisas da fé"


E o refrão:


"Velejar, velejei
No mar do senhor
Lá eu vi a Fé e a Paixão
Lá eu vi a agonia
Da barca dos homens"


E o refrão repete agora com o coral de crianças acompanhando Milton:

Velejar, velejei
No mar do senhor
Lá eu vi a Fé e a Paixão
Lá eu vi a agonia
Da barca dos homens"

De novo à melodia com a linha harmônica:

"Já bate o sino bate no coração
E o povo põe de lado a sua dor"

A harmonia entrelaça a melodia como a protegê-la,
Como o Senhor aos seus fiéis 

"...
Esquece a sua paixão 
Para viver a do Senhor"

"Velejar, velejei..."

Nunca ouvi antes, nem depois, na música brasileira, tamanha riqueza de harmonia.

A gravação foi feita com tanto cuidado e capricho, que fica difícil pensar em qualquer coisa que pudesse ser melhorada.

Como as pinturas nas igrejas, a música parece ter sido pensada e executada para eternizar a idéia de beleza e paz, o mesmo sentimento que se tem ao entrar nas belas igrejas de minas ou Salvador.

Não sou um crente fervoroso, minha fé ainda é pouca.
Mas a música é minha religião.

Abraço amigo Valdir,
ouça a música de olhos fechados. Esse tipo de música exige concentração.

Tudo de bom pra vc, Gabi e Clara.

Rato

Paixão e fé